quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Reflexos da crise: Greve Geral na França com ampla adesão dos trabalhadores

29 de Janeiro de 2009 às 23:00 · admin · Arquivado sob Sem Categoria

29-Jan-2009


Pela primeira vez em muitos anos, os oito principais sindicatos uniram-se para protestar contra o desemprego e o ataque aos serviços públicos e acusam o governo de, perante a crise económica , apenas proteger os banqueiros e os grandes empresários.

Na origem desta greve está uma declaração comum que junta os oito principais sindicatos dos sectores público e privado: "Mesmo não sendo responsáveis, os trabalhadores, os desempregados e reformados, são as primeiras vítimas desta crise. Ela ameaça o futuro dos jovens, prejudica a coesão social e a solidariedade, e agudiza as desigualdades e a precariedade", cita o jornal francês Liberation, que considera esta greve não uma jornada de protesto clássica mas sim um verdadeiro "grito de alarme".
Segundo uma sondagem do jornal Le Parisien, 69% dos franceses apoiam a greve, considerando que Sarkozy devia apoiar desempregados e trabalhadores como foi capaz de acudir aos bancos. Um responsável do sindicato Force Ouviere afirma que "o Estado acaba sempre por encontrar uma forma de ajudar os bancos ou a indústria" mas quando os trabalhadores precisam de alguma coisa a resposta é sempre "não há dinheiro".
Desta vez os trabalhadores do sector privado também se uniram ao movimento de protesto. Trabalhadores da Renault, Peugeot-Citroën, bancos, supermercados, metalúrgicas e até pilotos de helicóptero e operadores da bolsa Euronext anunciaram sua participação na greve.
Tal como em protestos anteriores, o grosso das manifestações deverá ser constituído por professores e alunos, contra as reformas neoliberais na educação. Os despedimentos e as privatizações em vários outros sectores motivam igualmente esta grande onda de revolta, à qual se associa também a Liga dos Direitos do Homem, num amplo arco de alianças contra as políticas de Sarkozy.
Perante tamanha mobilização, Sarkozy foi obrigado a moderar seu discurso. Na semana passada, havia dito "eu ouço, mas não levo em conta", referindo-se às diferentes críticas às suas reformas. Mas na terça-feira, 48 horas antes da greve, Sarkozy preferiu dizer que "ouvia as preocupações dos franceses e as levava em conta".

Esquerda.net




Policiais se colocam atrás de latas de lixo incendiadas durante confronto com manifestantes. Paralisação contra os efeitos da crise mundial contam com apoio de 69% dos franceses, segundo o jornal Le Parisien Mais Bertrand Langlois/AFP




Manifestantes mascarados participam de marcha em Lyon durante greve geral. Paralisação marca preocupação dos franceses com a crise econômica Mais Robert Pratta/Reuters




Protesto em Lyon faz parte de jornada de greve convocadas por centrais sindicais francesas; manifestantes saem às ruas do país para reclamar da política econômica do governo de Nicolas Sarkozy e pedir a manutenção do poder aquisitivo da população frente à crise econômica Mais Fred Dufour/AFP

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