domingo, 27 de setembro de 2009

A Concepção Materialista da História do Cinema, de Nildo Viana










VIANA, Nildo. A concepção materialista da história do cinema. porto alegre, asterisco, 2009.








Acabei de ler o livro "A Concepção materialista da história do cinema", de Nildo Viana. é um texto fantástico, talvez a melhor obra sobre cinema já escrita no Brasil e possivelmente no mundo. O autor faz um trabalho excelente ao discutir as relações entre historiografia do cinema (pelo que li, são exatamente o que Viana coloca, meramente descritivos) e método de análise. Sua crítica ao formalismo, pseudomarxismo, é um capítulo a parte, que após discutir a relação entre historiografia e cinema (tomando Marc Ferro e Costa como ponto de partida para a discussão). Estes dois capítulos iniciais são reflexões sobre posições existentes, e sua crítica ao estruturalismo, Eduardo Geada e outros é fantástica. O capítulo em que apresenta elementos metodológicos para compreender a história do cinema é uma ferramenta indispensável para quem estuda cinema e história do cinema. Por fim, o último capítulo, no qual apresenta a aplicação do método proposto é simplesmente sensacional, uma dos melhores textos que já li, pois apresenta uma análise do expressionismo cinematográfico alemão e o faz com maestria, mostrando a riqueza do método proposto, e ainda, de quebra, realiza uma crítica à bibliografia clássica sobre tal manifestação cinematográfica, Kracauer e L. Eisner. A crítica radical mostra as debilidades da análises destes autores, suas fraquezas e equívocos. Tendo em vista que são as grandes referências para analisar o expressionismo, o autor presta uma grande contribuição para a desmistificação da mistificação feita por eles e recupera o verdadeiro caráter do movimento expressionista, fornecendo elementos fundamentais para entender o que realmente foi o movimento. Simplesmente formidável. Leitura obrigatória para todos que estudam cinema e história do cinema!

VIANA, Nildo. A concepção materialista da história do cinema. porto alegre, asterisco, 2009.

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